quinta-feira, 7 de junho de 2012

Quantas pessoas cabem no planeta?

Se a população mundial duplicasse, o que não ia ser a primeira vez, haveria muitos problemas a nível económico.
Será que iria haver água, energia, alimentos, habitação, ar para toda a população?
Neste momento, a população humana é de cerca de sete mil milhões e já nos vemos com problemas para sustentar todas as pessoas, mas se atingisse os catorze mil milhões iria ser ainda pior.
A nível dos transportes haveria problemas em levar toda a gente ao seu destino. Pode-se resolver o problema pondo mais metros, taxis, autocarros, camiões e carros nas estradas e pondo mais aviões nos aeroportos, mas estes sistemas de transportes iriam entrar em rutura, em parte devido ao rápido desgaste de linhas de comboio, das estradas e das condições das pistas nos aeroportos que se iriam degradar devido ao seu grande uso. Este desgaste iria ser mais visível visto que quase toda a gente possui um veículo motorizado que, com o dobro dos utilizadores, iriam tornar-se intransitáveis, especialmente devido às pontes que, estando em fracas condições, poderiam cair, por causa do aumento da frota de camiões que, transportariam alimentos 24 horas por dia e as infrastruturas simplesmente não conseguiriam aguentar com tanto tráfego.


Com este rápido crescimento da população mundial, outro setor que iria ser afetado era o da construção, porque no momento em que nascemos precisamos de um sítio para viver. Daí haver um grande surto na construção, de preferência de super arranha céus, mas também de casas. No entanto, há cidades que não podem alargar muito, como L.A. que está encurralada entre o mar e as montanha, ou como Tóquio que de quando em vez é atingida por um sismo. Mas na construção também há outro problema, porque para produzir uma tonelada de aço são necessários 300 mil litros de água. E onde viveriam milhares de milhões de pessoas até terem habitação? Em todo o lado, parques públicos, hoteis, escritórios e na rua, que seria o maior problema devido à rapida propagação de doenças que, muito provavelmente, já teriam sido erradicadas em anos anteriores nos países desenvolvidos, e o provável crescimento da criminalidade que iria causar imensos problemas para as autoridades.
O problema da construção traria um outro, o aumento da produção de lixo pois, como toda agente sabe, "atrás de uma grande cidade há sempre uma grande lixeira."


Outra necessidade que é comum a todos os indivíduos desde o momento em que nascem é energia. Precisamos de eletricidade para tudo, desde telemóveis a candeeiros, computadores, etc. A maneira mais comum para produzir energia é através da queima de carvão, que produz cerca de 70% da energia mundial. O carvão é um recurso não renovável e o seu uso desenfreado poderia pôr em causa as reservas de carvãoa nível mundial, para além de que o carvão causa grandes níveis de poluição que podem afetar as cidades através de smogs. Outra maneira de produzir eletricidade é através da energia nuclear, mas isto é um assunto politicamente intocável devido aos grandes riscos que representa ao nível de segurança e, consequentemente, para a saúde.
É claro que temos as energias renováveis como a energia solar, eólica, biomassa/etanol, geotérmica, hidroelétrica e das marés, mas nem sempre há vento ou sol, a biomassa requer campos de cultivo que estariam a ser usados para plantar alimentos e não, por exemplo, para plantar soja; as barragens estariam a ser utilizadas para reter água para a produção de aço, alimentos, para se beber, etc.; a geotérmica e das marés sozinhas não conseguem produzir o suficiente.


Depois, temos o mais essencial para a vida humana, alimentos e água. Se juntássemos todas as explorações agrícolas do mundo, teriam uma área igual à da América do Sul mas, com a duplicação da população mundial, teria de ser ainda maior, e os primeiros sítios a ser atacados seriam as florestas, mas a preparação da terra, até estar pronta a ser cultivada, leva cerca de um ano.
Alguns países como a China e a Índia têm reservas de cereais, mas com uma população tão grande, essas reservas só chegam para algumas semanas ou dias. Há países que, tal como os EUA, produzem em exesso e exportam cerca de 72 milhões de toneladas de cereais por ano. Com este aumento da população, os EUA podiam pôr um cobro a todas as exportações de produtos alimentares, o que poderia resultar num acidente diplomático.
Apesar disto tudo, o maior problema para os agricultores seria a falta de água que é indispensável para o cultivo de alimentos e, como há cada vez mais bocas para alimentar, os agricultores viram-se ainda mais para a agricultura intensiva que necessita mais de adubos e pesticidas que, por sua vez, irão contaminar a água de rios, mares e oceanos. Também temos a pecuária; em todo o mundo existem cerca de 240 milhões cabeças de gado bovino mas uma vaca, por exemplo, só começa a produzir leite a partir dos 2 anos de idade e antes de a matar tem de ganhar peso.
A alternativa pode vir da pesca. Os grandes barcos conseguem permanecer no mar durante meses, pescar grandes quantidades de peixe a grandes profundidades e conservá-lo até chegar a terra mas uma pesca deste tamanho não é sustentável, o que acabaria por dizimar várias espécies ou reduzir seriamente o seu stock. Então podíamos recorrer à piscicultura, mas isso não chega para alimentar o mundo.


Com tantas indústrias a consumirem tanta água (metalúrgica, siderúrgica, agricultura, etc.) pouca água iria sobrar para as pessoas beberem, o que resultará numa racionalização da água através de cortes ou limites de consumo diários. Devido a estas medidas extremas, poderia haver alguma tensão social. O problema da água nas cidades teria de ser resolvido através da dessalinização da água do mar, mas estes processos de dessalinização requerem enormes quantidades de energia, o que iria fazer disparar o preço da água. Para além disso, transportá-la é mais difícil porque a água é mais densa do que o petróleo e precisa de ser tratada antes de as pessoas a poderem beber.


By Simão Santos, 10º I

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